Dessa vez a Audiência foi sobre Saúde Pública no Município, o  evento teve início às 9h desta quarta-feira (27) e foi mais uma vez,  realizada no Salão do Júri do Fórum Desembargador Abelard Rodrigues, em  Riachão do Jacuípe.
Além  da presença da Promotora de Justiça de Riachão e idealizadora da  Audiência Analízia Freitas, estavam a Dra Itana Viana, Coordenadora  Estadual em Saúde do Ministério Público e Andreis Alonso,  Superintendente da DIPRO, (Diretoria de Regulação dos procedimentos  Médicos do Estado da Bahia).
 Andreis  iniciou a Audiência falando da importância do cidadão em conhecer o  Sistema de Regulação da Saúde Pública e que é através desse Sistema e de  sua organização é que o cidadão garante o seu acesso a todas as formas  de assistência à saúde, desde a atenção básica  e continuidade de seu tratamento até a sua reabilitação.
“Temos que discutir com mais eficiência e responsabilidade a transferência de nossos  pacientes  para  as cidades de atendimento de média e alta complexidade”, defendeu  Alonso, se referindo aos municípios que transportam seus pacientes, de  forma inadequada e sem responsabilidade com a vida dos cidadãos .
Sobre isso, a Dra. Itana Viana fez uma relação do uso dos Serviços da Saúde como meio de promoção de alguns políticos e  frisou : “Saúde não é uma questão de favor  e sim de direito de todo cidadão”. 
Pois,  segundo ela, é comum nos municípios, políticos se beneficiarem com as  demandas do setor de Saúde para se elegerem: “Isso não é um papel dos  políticos, o papel deles é fiscalizar e aplicar bem as verbas, isso é  corrupção e clientelismo político, atitudes desse tipo a gente denuncia  ao Ministério público”, enfatizou mais uma vez, arrancando aplausos  calorosos da platéia jacuipense.
A saúde em Riachão - Serviço Público x  Clientelismo Político
Representando  o Município, por conta mais uma vez, da ausência do prefeito municipal  Lauro Falcão em audiências públicas, estava o vice-prefeito Gilsoney  Passos, que foi lembrado pelo Superintendente como o homem de  atribuições múltiplas, pois além de médico, é diretor de um Hospital e  vice-prefeito, ele salientou não saber como o médico consegue  corresponder em tempo integral a tantas funções.
Fazendo  uma ponte ao que horas antes a Dra. Itana Viana havia frisado, em  Riachão, historicamente, talvez ser um agente de saúde e se promover na  política não seja uma tarefa incomum.
Pois,  pela segunda vez consecutiva o médico Gilson Ney é vice-prefeito, a  própria Secretária de Saúde, Núbia Leite, já se candidatou ao cargo de  vereadora após assumir a mesma Secretaria e não por acaso do seu lado,  estava também presente na Audiência de hoje, o atual vereador  popularmente conhecido “Celinho da Saúde”, uma pessoa comum que não  tinha nenhuma formação nem atuação específica na área, mas que através  de seu “prestígio” e acesso aos serviços de levar e trazer pacientes da  capital, se fez vereador.
Se  o jacuipense refrescar a memória vai lembrar tantos outros “Joãozinhos”  e “Marias” da Saúde, todos, eleitos ou não, mas popularizados através  dos serviços públicos, que segundo a Dra. Itana é uma questão de Direito  Constitucional do cidadão e não de clientelismo político.
Outra  questão frisada pelos mediadores do evento foram os hospitais com  leitos vazios nos municípios, mas que hospitais estaduais estão  superlotados de pacientes desses municípios. Os mesmos atribuíram essa  situação, mais uma vez, à incapacidade dos gestores e secretários  municipais em organizar e equipar suas instituições.
Alonso  lembrou ainda, que a maioria dos prefeitos centraliza o poder e não  deixam os secretários administrarem as Secretarias de Saúde, e que de  fato, quase sempre, não repassam as verbas, muitas vezes nem sequer os  15% que são obrigatórios.
Com  base nisso, a Dra. Itana lembrou que no Portal da Transparência do  Ministério Nacional da Saúde estão postados todos os números referentes  ao que cada município recebe para aplicar na Saúde, e que dependendo do  município, cada paciente custa ao estado em torno de R$ 18 a 13 mil.
Participação do público
Embora o tempo tenha sido limitado, alguns jacuipenses fizeram questionamentos sobre a Saúde em Riachão.
Evaldo  Soares trouxe a situação de uma criança com hidrocefalia e que o  Município não a encaminhou ao atendimento necessário, o que levou a  família a recorrer ao apoio de um determinado deputado. Em resposta a  essa situação a Coordenadora Itana, mais uma vez, enfatizou que quem é  dono do paciente é o município e não deputados ou outros políticos que  sejam, instruindo-os a formalizarem denúncia contra o município junto ao  Ministério Público.
Outro  questionamento veio de um senhor, mais conhecido por Ladinho da  Chapada, presidente da Associação Comunitária de seu povoado, que  denunciou a situação de abandono do Matadouro local. O que para a Dra  Itana é também uma questão de Saúde Pública e acima de tudo de Atenção  Básica com a saúde dos munícipes.
O  evento seguiu com a palestra da Dra. Itana sobre Atenção Básica,  frisando as competências e obrigações do Município com os seus pacientes  e cidadãos de forma geral. Para ela, se o Município combater doenças  como a Diabetes e Hipertensão, consequentemente, reduzirá o número de  infartos e outros problemas cardiovasculares, hoje campeão de mortes em  todo o país.
O  evento terminou ainda a pouco, por volta das 13h, ficando outros  debates sobre saúde para serem colocados pela população e Agentes de  Saúde no próximo PPA Participativo, o Plano Plurianual de Saúde do  Município, programado para o dia 20/05/2011.
Por Laura Ferreira
http://www.interiordabahia.com.br/p_justica/14750.html 

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