O BRASIL
Nos últimos          tempos, as notícias sobre corrupção têm aumentado          muito no Brasil. Há até quem afirme não ser mais          a honestidade uma característica da maioria das pessoas, mas uma          exceção praticada por alguns.
O Brasil está em 45º lugar no ranking da corrupção,          numa pesquisa feita em 99 países, ao lado do Malawi, Zimbabue e          Marrocos, segundo relatório divulgado pela Transparência          Internacional. A nota de classificação não permite          “passar no exame”, explicou Fernando Antunes, membro do comitê          da Transparência Brasil.
No alto do ranking, como “países menos corruptos”,          estão Dinamarca, Finlândia, Nova Zelândia e Suécia.          No último lugar ficou a República dos Camarões. Entre          os latino-americanos, o melhor colocado é o Chile (19º), seguido          de Costa Rica (32º).
CRUEL
A corrupção é tão ou até mais cruel          que a inflação, pois a roubalheira de dinheiro público          atrasa e empobrece os países.
Quando lançou sua cruzada mundial contra a corrupção,          o presidente do Banco Mundial, James D. Wolfensohn, comparou a roubalheira          pública a um incêndio florestal: “A corrupção          muitas vezes não pode ser contida. Mas, sem lhe dar combate, seu          poder de destruição não tem limites”.
Em Kuala Lumpur, capital da Malásia, por exemplo, funcionários          desonestos embolsam 8 de cada 10 dólares destinados a certos programas          de alívio da fome e da mortalidade infantil.
Nas Filipinas, onde o presidente Joseph Estrada foi destituído          do cargo por desonestidade, o Banco de Desenvolvimento da Ásia          (ADB) calcula que um terço dos recursos era desviado pelos corruptos.
CONSEQÜÊNCIAS
O economista Marcos F. Gonçalves da Silva afirma: “O que          o corrupto rouba é medido em milhões. O custo da corrupção          é de bilhões. O que custa é o número de crianças          que morreram devido ao fato de que a verba do leite foi extraviada.
O que custa é o que você deixou de crescer devido ao fato          de que recursos econômicos deixaram de ser investidos em atividades          produtivas. Literalmente, corrupção mata. Nosso código          penal, no que diz respeito a crimes contra o patrimônio público,          precisa se tornar muito mais rigoroso. É um crime muito grave”.
O efeito econômico da corrupção é devastador.          Uma pesquisa feita por Cheryl Gray, diretora do setor de redução          de pobreza do Banco Mundial, e Daniel Kaufmann, especializado no fenômeno          da roubalheira de dinheiro público, apontou algumas conseqüências          da corrupção:
• Há um aumento na incerteza dos agentes econômicos. Isso provoca redução nos investimentos internos e externos.
• Surgem distorções no estabelecimento de prioridades. A corrupção está quase sempre por trás dos gastos militares de alta tecnologia feitos por nações miseráveis da Ásia e da África, dinheiro que poderia estar sendo aplicado na construção de hospitais.
• As menores empresas sofrem mais. A corrupção tende a favorecer os cartéis e as grandes corporações, que podem pagar propina a legisladores e funcionários corruptos para defender seus interesses.
• Em países em que a corrupção é mais grave, pessoas pobres chegam a gastar a maior parcela de seu orçamento familiar pagando gratificações para conseguir um atendimento qualquer, especialmente da polícia e de serviços de saúde.
• Entre 1989 e 1998, os países que apresentaram maior queda no PIB, ou seja, nos quais a economia encolheu, foram justamente os campeões mundiais da corrupção.
CÍRCULO          VICIOSO
Percebe-se que a corrupção é um círculo vicioso,          que penaliza os mais pobres, que ficam sem educação, transporte          e saúde de qualidade.
A corrupção é um dos mais perversos impostos          já concebidos. A inflação galopante tirava dinheiro          dos pobres e o concentrava nas mãos dos ricos. A corrupção          tem um resultado muito semelhante. Ela desvia parte do dinheiro destinado          aos mais desvalidos habitantes de um país. A riqueza fica com os          gatos gordos, os funcionários e intermediários desonestos.
Geralmente, o corrupto é uma pessoa bem quista, alguém          que circula com desenvoltura nas colunas sociais, políticas e empresariais.          Alguém que patrocina festas filantrópicas e campanhas políticas,          que recebe títulos de cidadão honorário concedido          pelas câmaras de vereadores. Enfim, alguém acima de qualquer          suspeita, até porque não deixa rastros. O suspeito de corrupção          é sempre íntimo do poder, às vezes até o integra.
POLÍTICOS
Quando se trata sobre este assunto, a gritaria é geral. Todo mundo          se queixa dos políticos corruptos e passa até a maldizer          a política que, para muitos, se tornou sinônimo de corrupção.          Mas, então, se todos os detestam, por que parece impossível          acabar com eles?
Uma coisa é certa: Nenhum deles ganhou na loteria seu cargo          de prefeito, vereador, deputado ou governador. Não se sabe também          de ninguém que esteja nessas funções e que tenha          ali caído de pára-quedas. Estão ali porque foram          eleitos. Noutras palavras, a culpa de termos corruptos no executivo ou          no legislativo é também dos eleitores. Os eleitores que          os amaldiçoam, são os mesmos que os elegeram, ou pior ainda,          os reelegeram. 
O QUE ACONTECERIA SE A CORRUPÇÃO FOSSE REDUZIDA À METADE?
- MORTALIDADE INFANTIL
 
Redução de 51%. No Brasil, onde 44 em cada          1000 crianças morrem antes dos 5 anos de idade, isso representaria          esperança de vida para mais 22 crianças. 
- DESIGUALIDADE NA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
 
Redução de 54%
- PORCENTAGEM DA POPULAÇÃO QUE VIVE COM MENOS DE 2 DÓLARES POR DIA
 
Queda de 45%. No Brasil, isso tiraria da pobreza 32 milhões de          pessoas.
Fonte: Banco Mundial
 http://www.pime.org.br/missaojovem/mjeducdroga.htm


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