"Corrupção", Na etimologia, a palavra vem do latim corruptus, que tem significado para todo gosto: estragado, subornado, seduzido. Consulto o Aurélio, o mestre, estende a amplidão dessa palavra tão resistente: "decomposição, putrefação, devassidão, perversão, suborno, peita". Só coisa feia. É fato que ao definir essa palavra, temos apenas uma pequena idéia do quanto nos causa "prejuízo" o ato de corromper e também é claro, ser corrompido. Já que as proporções são muito maiores quão imaginamos e o ciclo vicioso ao qual a cerca, é mais "prejudicial" do que as próprias palavras que constam em um dicionário. É fato também, que causa a miséria, a violência, o desânimo, a peste, o caos, a perda da dignidade, dentre tantos outros males, e ainda o eterno fracasso e retrocesso da sociedade. Analisando mais a fundo essa questão, indagamos; é possível conter a corrupção?
Iniciar um programa de combate subentende, necessariamente, algo que passe por uma mudança de cultura, das pessoas e das instituições. Ambos, no entanto, demandam tempo. E, notoriamente, vontade política. "Se focarmos apenas na questão da cultura, isso vai levar bastante tempo. É difícil apostar apenas na separação da ética das relações privadas da das relações públicas. Essa é a questão, por exemplo, do sujeito querer agradar os familiares dando emprego. Não pode contratar os parentes, porque o dinheiro é público, não é dele".
Embora também seja necessário mudar o comportamento das pessoas, na palavra dos especialistas fica claro que a estrutura do sistema também é responsável pelos desvios de conduta. Assim, apenas um trabalho amplo e que atinja todas essas escalas pode trazer resultados efetivos. E, embora seja difícil, com cada um dos poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), além da fiscalização da sociedade, controlando uns aos outros, a saída pode surgir.
"O discurso demagógico que é, infelizmente, extremamente comum, e não apenas entre políticos, é baseado na perspectiva moralista em relação à corrupção. Como se ela fosse uma falha dos indivíduos. Por isso que se fala tanto de educação. Quando, na verdade, a corrupção acontece porque há oportunidade para ela acontecer", diz Abramo. "É preciso reduzir as oportunidades. Traçar um mapa de riscos em cada instituição e definir medidas preventivas necessárias para reduzir os riscos detectados. Mas esse é um trabalho extremamente pesado, não é fácil".
Dizer que o Brasil é o único país do mundo que existe esse mal, é mentira, talvez um dos maiores (72° colocado no "ranking"), mas também é certo, que já houve países muito mais corruptos, e que hoje estão vivenciando momentos bem menos "corruptíveis" do que antes. Talvez isso tenha uma fórmula: "milagre", vontade política, e acima de tudo, ação enérgica do povo, já que, só à vontade "não mata a sede de quem tem sede".
David Rodrigo Barbosa de MelloIniciar um programa de combate subentende, necessariamente, algo que passe por uma mudança de cultura, das pessoas e das instituições. Ambos, no entanto, demandam tempo. E, notoriamente, vontade política. "Se focarmos apenas na questão da cultura, isso vai levar bastante tempo. É difícil apostar apenas na separação da ética das relações privadas da das relações públicas. Essa é a questão, por exemplo, do sujeito querer agradar os familiares dando emprego. Não pode contratar os parentes, porque o dinheiro é público, não é dele".
Embora também seja necessário mudar o comportamento das pessoas, na palavra dos especialistas fica claro que a estrutura do sistema também é responsável pelos desvios de conduta. Assim, apenas um trabalho amplo e que atinja todas essas escalas pode trazer resultados efetivos. E, embora seja difícil, com cada um dos poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), além da fiscalização da sociedade, controlando uns aos outros, a saída pode surgir.
"O discurso demagógico que é, infelizmente, extremamente comum, e não apenas entre políticos, é baseado na perspectiva moralista em relação à corrupção. Como se ela fosse uma falha dos indivíduos. Por isso que se fala tanto de educação. Quando, na verdade, a corrupção acontece porque há oportunidade para ela acontecer", diz Abramo. "É preciso reduzir as oportunidades. Traçar um mapa de riscos em cada instituição e definir medidas preventivas necessárias para reduzir os riscos detectados. Mas esse é um trabalho extremamente pesado, não é fácil".
Dizer que o Brasil é o único país do mundo que existe esse mal, é mentira, talvez um dos maiores (72° colocado no "ranking"), mas também é certo, que já houve países muito mais corruptos, e que hoje estão vivenciando momentos bem menos "corruptíveis" do que antes. Talvez isso tenha uma fórmula: "milagre", vontade política, e acima de tudo, ação enérgica do povo, já que, só à vontade "não mata a sede de quem tem sede".
Acadêmico do Curso de Direito da Faculdade de Direito de Curitiba
http://jornaldedebates.uol.com.br/debate/como-acabar-com-impunidade-dos-politicos-no-brasil/artigo/corrupcao-nossa-cada-dia/10056
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