Nesta terça-feira (15), aconteceu o 33º aniversário de morte do cineasta Olney São Paulo. Natural de Riachão do Jacuipe, mas com grande passagem por Feira de Santana, ele foi um ícone da era de ouro do cinema baiano.
Abaixo um importante relato de Dimas Oliveira, que conviveu com Olney na Cidade Princesa e hoje é, também, um dos grandes guardiões da memória e obra do autor de Manhã Cinzenta.
História do cineasta do sertão
História do cineasta do sertão
Olney morreu de câncer, aos 41 anos, em 1978. Durante cerca de oito anos, convivemos com o cineasta - entre 1970 até sua morte, em 1978, através de contatos pessoais quando ele vinha do Rio de Janeiro para Feira de Santana dando notícias sobre seus filmes, bem como por meio de cartas que ele escrevia para este jornalista, também dando conta de suas realizações e andanças, até internacionais.
Junto com Olney, a visão de vários de seus filmes, inclusive "Manhã Cinzenta", em sessões clandestinas, com projetores 16mm conseguidos por mim em instituições, em paredes brancas da casa de meus pais e de seus familiares. Em 1973, a ajuda para conseguir exibição de "Como Nasce uma Cidade", realizado para comemorar o centenário de Feira, junto ao Cine Timbira. Primeiro em uma sessão matinal privada com ele, o então prefeito José Falcão, secretários e convidados. Depois, incluindo o filme em programação regular do cinema, durante cerca de uma semana. Ainda a lembrança de que no início de 1976, assistimos juntos ao filme baiano "O Pistoleiro", de Oscar Santana, também no Cine Timbira, em sessão noturna.
No Clube de Cinema de Feira de Santana, que reativei nos anos 70, a exibição de muitos de seus filmes, a exemplo de: "O Profeta de Feira de Santana", "Cachoeira, Documento da História", "Teatro Brasileiro I: Origens e Mudanças", "Teatro Brasileiro II: Novas Tendências", "Sob o Ditame de Rude Almagesto: Sinais de Chuva", "O Grito da Terra". Também o filme "Memórias de um Fantoche", do seu filho Ilya São Paulo (também falecido).
Depois de sua morte, como diretor Executivo da Secretaria de Turismo, Recreação e Cultura, participei ativamente da promoção de mostra em memória com exibição de seus filmes "Um Crime na Rua" (fragmentos), "Ciganos do Nordeste" e "Pinto Vem Aí", no auditório da Biblioteca Municipal Arnold Silva. Seu último filme, "Dia de Erê", também foi exibido pelo Clube de Cinema.
Ainda sobre Olney São Paulo, exemplares do seu livro de contos "A Antevéspera e o Canto do Sol" foram deixados em consignação comigo para a venda direta a pessoas interessadas na obra. Para o jornal "Feira Hoje" e também para a "Folha do Norte", principalmente, foram entrevistas, matérias e notas produzidas sobre o cineasta. Depois de sua morte, registros sobre Olney para que permanecesse na memória de Feira de Santana.
O cineasta feirense também mereceu biografia em livro, "Olney São Paulo e a Peleja do Cinema Sertanejo", de Ângela José do Nascimento. Em paralelo ao livro, Ângela José realizou o vídeo "O Cineasta do Sertão", um documentário biográfico cheio de respeito e ternura para com Olney, com depoimentos de colegas, familiares e amigos. O vídeo - foi apresentado no final dos anos 80 nesta cidade, no Feira Palace Hotel - tem texto de Olney Júnior, trilha sonora de Ilya, narração de Irving e participação de Pilar – os quatro filhos dele – e presença de Maria Augusta, sua mulher.
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