Renata Moreira | A TARDE
Habituada a comprar o garrafão de 20 litros de água mineral em sua  residência, a dona de casa Mary Terezinha de Marqui se surpreendeu  quando o pediatra de sua filha de 10 meses recomendou que ela não desse  água de galão de 20 litros à criança. O médico a orientou a comprar água  mineral de 1,5 litro por acreditar que a do vasilhame maior poderia  estar contaminada, a depender do modo como foi armazenada e manuseada  até chegar ao consumidor. 
 Pelo mesmo motivo, Ilana Rodrigues Santos, pediatra, também não orienta  seus pacientes a darem água de galão aos bebês. De acordo com a médica, a  água desses garrafões pode demorar muito para ser consumida e, sendo  assim, fica mais exposta à contaminação. “A água contaminada pode causar  manifestações gastrointestinais, como vômitos e diarreias, bem como  hepatites”, sinaliza Ilana Rodrigues. 
 Conforme orientação da Vigilância Sanitária de Salvador, os garrafões  não podem ficar expostos ao sol, ter contato direto com o solo, nem com  insetos ou produtos químicos. Nos postos de combustível devem ser  armazenados dentro das lojas de conveniência para evitar a contaminação  da água. Isso porque o plástico do vasilhame é poroso e permite que o  líquido absorva resíduos de outras substâncias aos redor. Por exemplo,  se uma garrafa de água estiver na geladeira ao lado de uma porção de  mangas, a água pode absorver o sabor da fruta. A Faculdade de Farmácia  da Universidade Federal da Bahia (Ufba) fez análises microbiológicas da  água consumida em uma empresa privada, em 2010. Dentre as 210 amostras  retiradas de bebedouros com garrafões de 20 litros, 50% apresentaram  contaminação na empresa. 
Análise - Em análises com amostras de água coletadas  diretamente da fábrica, no entanto, os resultados foram inversos. Dentre  as 30 amostras microbiológicas analisadas em uma das sete indústrias de  água mineral da Bahia, apenas uma estava contaminada. Ainda que o  universo das pesquisas seja pequeno, os casos retratam a percepção dos  estudiosos quanto ao possível comprometimento da qualidade da água do  garrafão de 20 litros. 
 A professora da Faculdade de Farmácia da Ufba, Clícia Capibaribe Leite,  que esteve à frente das análises realizadas, acredita que a contaminação  da água mineral pode acontecer mais intensamente a partir da  distribuição dos garrafões aos comerciantes. 
 Da mesma maneira, Cleuber Moraes Brito, geólogo e consultor na área de  água mineral, acredita que as indústrias de água baiana são modernas,  bem equipadas em termos de maquinário, com grandes armazéns que estão  num padrão incontestável. Ele acredita que os cuidados da população e da  Vigilância Sanitária, entretanto, deveriam ser ainda maiores com as  formas de armazenamento da água mineral nas distribuidoras e nos locais  de comercialização. 
http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=5686365

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