Os  Mobilizadores conferiram desmandos como: crianças do PETI, (Programa de  Erradicação do Trabalho Infantil) expostas à falta de higiene, sem  condições adequadas de atendimento, posto médico funcionando de forma  precária, casas populares abandonadas em ponto de conclusão, abatedouro  fétido em pleno funcionamento, e em área residencial.
De  acordo com os militantes, os Mobilizadores Sociais e o Conselho da  Saúde foram solicitados por uma moradora a acompanhar as condições da  Jornada Ampliada, no povoado. Nesta terça-feira, dia 7, cidadãos do  povoado, também acompanharam a fiscalização e visitaram muitos órgãos  públicos, onde constataram vários desmandos.
Nossa  equipe entrou em contato com outras pessoas no povoado de Chapada,  visando checar e cruzar informações. As confirmações foram unânimes  sobre o abandono da comunidade de Chapada, porém, com medo de  represálias, pediram para não serem identificadas.
Assim,  além dos cidadãos que acompanharam os Mobilizadores Sociais, publicamos  as denúncias com base no trabalho criterioso de fiscalização que a Ong  vem desenvolvendo no município.
Desmandos no Posto de Saúde de Chapada
No  Posto de Saúde da Família, foram encontradas cadeiras quebradas e  consultório odontológico sem equipamentos. Segundo os fiscalizadores, o  atendimento no Posto ficou limitado, desde que uma enfermeira entrou em  férias e não foi substituída.
Ao  questionar a ausência de dentista, conforme relato da população, os  mobilizadores ouviram do senhor Pedro Carneiro, tio do prefeito, que o  dentista foi aprovado em concurso público e deixou o trabalho. Na saída  do Posto, o morador Francisco Mendes, que acompanhava os Mobilizadores  Sociais, contou que, por conta disso, foi afrontado com xingamentos por  este mesmo tio do prefeito.
Precariedade nas condições das Jornadas Ampliadas
Na  primeira Jornada Ampliada do PETI, os Mobilizadores e membros do  Conselho da Saúde encontraram mesas de madeira encardida, descobertas e  cheias de moscas, nas quais dezenas de crianças faziam suas refeições.  Na cozinha, apertada e quente, não havia água e a monitora Gabriela  Souza informou que havia mais crianças, em outro prédio, onde ela também  trabalha.
Ao  ser questionada sobre a propriedade do imóvel que abriga a primeira  jornada, disse que não é do município, mas não sabe a quem pertence e  que o outro imóvel, onde estudam as demais crianças, pertence ao  Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
Na  segunda jornada ampliada, as más condições do imóvel incluem um  disjuntor de eletricidade exposto e ao alcance das crianças, paredes e  móveis sujos, banheiro precário e falta de água potável.
Uma  funcionária esclareceu que a água que as crianças bebem é fornecida por  um carro-pipa, mas não se sabe a origem. Essa água é exposta no pátio,  em panela de alumínio, de onde cada criança retira sua porção, usando  canecas plásticas, sem filtro. No quintal, existe um amontoado de  garrafas de vidro destampadas e outras quebradas, com cacos expostos  junto à parede.
Um  dos prédios onde funciona a Jornada Ampliada pertence ao ex-vereador  Teodomiro Paulo, que teria cedido o imóvel gratuitamente, mas passou a  cobrar pelo aluguel, depois de um desentendimento com o gestor. “Mas não  tá recebendo”, arrematou uma das entrevistadas.
Durante  a visita, conscientes da situação, diversos alunos chamaram os  Mobilizadores para fotografar detalhes das condições do imóvel onde  estudam. Além deles, o morador Francisco Mendes, e outros cidadãos  averiguaram a quadra poliesportiva que está prestes a ser inaugurada,  porém merecendo na verdade uma reforma, pois a estrutura da obra se  encontra em parte enferrujada e não há postes de iluminação.
Além  da quadra, a construção das casas populares está paralisada e o  abatedouro da comunidade está fétido, com falta de água encanada e bem  ao lado de algumas residências. De acordo com os mobilizadores, a água  para o abatedouro também é fornecida por carro-pipa, mas a fedentina e o  risco à saúde é o que mais chama a atenção de quem se aproxima do  local.
Mesmos cargos, mas salários diferenciados
Na  sede do Município, ainda segundo as constatações da Ong, a atual  administração apresenta contradições como, a desproporcionalidade na  remuneração de seus funcionários. Por exemplo, os salários de motorista  nomeado é bem diferente dos salários de motoristas concursados.
Conforme  foi encontrado no processo (1619, de 23/12/10) enquanto um motorista  apadrinhado e contratado pela Prefeitura ganha R$1.435,00, o motorista  que passar no próximo concurso receberá um salário de apenas R$545,00.  Outro desmando fiscalizado pelos militantes sociais, foi a questão das  praças:
“  A administração atual conseguiu permitir que uma empresa consumisse  cerca de R$ 600,00 do Governo do Estado numa pretensa reforma, não se  sabe como, deixando um trabalho lambuzado, a ponto do gestor implorar ao  Governador para intervir, com mais dinheiro, o que resultou na atual  “reforma da reforma”. 
Por  sorte, um deputado federal havia liberado uma emenda que possibilitou a  construção da praça da Barra, enquanto o povo, em sua desinformação,  chega a pensar que o prefeito está “fazendo muitas obras”, denunciam os  mobilizadores em um de seus informativos.
Mobilizadores sofrem ameaças
De  acordo com o informativo, Observatório Jacuipense, militantes dos  Mobilizadores estão sendo ameaçados por conta de suas publicações no  blog:
“Entre  os apoiadores próximos da gestão, há gente truculenta, capaz até de  fazer ameaças à liberdade de expressão e à integridade física e moral  das pessoas que denunciam os desmandos. Um desses apoiadores escreveu ao  Blog dos Mobilizadores, dizendo que poderia “derrubar” a página, e  arrematou: “Quem me conhece, sabe o que estou dizendo”, informou a Ong  para o informativo, Observatório Jacuipense.
Por Laura Ferreira
http://www.interiordabahia.com.br/p_esporte/15471.html
http://www.interiordabahia.com.br/p_esporte/15471.html





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