A reportagem do Fantástico mostrou um vasto repertório de falcatruas que podem ser praticadas entre empresas privadas e órgãos públicos.
Mas isso tem solução. O Fantástico conversou com especialistas que há anos estudam os efeitos da corrupção e como evitá-la. Você vai ver agora ideias que podem ajudar - e muito - a combater a corrupção.
Um professor da Universidade de são Paulo acha que a sociedade deve acompanhar as licitações de perto.
“A transmissão dos processos licitatórios via internet em tempo real, sem dúvida nenhuma facilitaria muito a constituição de provas. E essas provas são absolutamente necessárias para eventual punição e responsabilização dos agentes corruptos”, afirma Gustavo Justino de Oliveira.
Ele vai mais longe. “Há casos inclusive de propostas de que toda a qualquer pessoa que exerce cargo público tenha uma câmera no seu bureau, no seu escritório, na repartição. Um grande big brother da gestão pública brasileira”.
E como combater o superfaturamento?
Inaldo Soares é auditor e analista de finanças. Já viu de tudo no mundo da corrupção. Ele escreveu dois livros com sugestões que podem ajudar a impedir falcatruas.
“O Ministério do Planejamento deveria criar cadastro de compras, com preços compatíveis praticados no mercado e alterado em tempo real”, sugere.
Esse acerto prévio entre empresas também pode ser evitado se a inscrição delas for pela internet. Sem a necessidade de ir ao órgão público para pegar o edital.
“Tira pela internet. Pronto. Tira e ela vai. No dia da apresentação da documentação. Ela chega e apresenta. Então, ela não é conhecida, apareceu na hora”, diz o auditor.
Para os estudiosos, o combate a corrupção é muito difícil. E, para dar resultado, exige o esforço de cada cidadão.
“Enquanto nós brasileiros continuarmos oferecendo propina para o guarda, continuarmos querendo furar fila ou querendo que o nosso processo no serviço público passe a frente dos demais e a gente dá um presentinho, dá um agrado, a gente está contribuindo para que o nosso sistema seja um sistema corrupto. O cidadão não percebe, mas ele acaba pagando a conta da corrupção. Porque você vai a um serviço público, e ele não funciona. Ou então ele existe, mas não oferece a qualidade que você espera dele”, analisa o cientista político Ricardo caldas.
“Eu acho que o que tem que ser feito é começar a trabalhar desde a família, embasamento educacional” opina uma mulher de São Paulo.
“Tem que ter uma auditoria em cima de custos, em cima de compras. Acho que isso é um dos pontos principais”, diz um homem de Porto Alegre.
‘Tudo depende de uma coisa: fiscalização. Se tiver fiscalização, se tiver alguém pra fiscalizar, pra estar olhando, pra estar cuidando desses assuntos, com certeza vai dar tudo bem”, acredita um jovem de recife.
Do Fantástico
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