...aquela história do “não vai dar em nada” está começando a mudar.
Não é difícil notar que a negociação de votos e apoios políticos já começou, em nossa região, e o que mais preocupa é que pais e mães de família, até mesmo os jovens, estão vendendo e trocando suas consciências por vantagens pessoais. Não querem entender o prejuízo que isso causa à coletividade e mesmo quando entendem, preferem o benefício particular, imediato.
Os maus políticos sabem bem disso e contam com essa deficiência do povo para se dar bem nas urnas. Muitos daqueles que detêm a máquina pública, principalmente, são os que primeiro dão a largada, e a essa altura já estão oferecendo vantagens bem disfarçadas de assistência social – uma assistência que é, na verdade, compra de votos dissimulada, duas vezes errada, a primeira, porque voto não se compra, e a segunda, porque dinheiro público não devia se prestar a este objetivo pequeno de poder pelo poder.
Podemos nos perguntar o que fazer, diante desse quadro desolador. Embora muita gente acredite que a situação “não tem jeito”, vou propor aqui a ampla divulgação do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que possui um comitê nacional em Brasília, formado por 50 entidades, e centenas de comitês estaduais e locais, espalhados por todo o país. A propósito, em sua cidade ou em sua comunidade existe um comitê desses?
É importante a criação dos comitês locais, porque mesmo se as pessoas não se dispuserem a denunciar, e se ninguém for diretamente responsabilizado por compra e venda de votos, pelo menos haverá intimidação. Os maus candidatos e os maus eleitores compreenderão que existe vigilância, conscientização, e ficarão com receio de ir muito longe em suas truculências.
Para aqueles que acreditam que nada disso funciona é interessante falar das estatísticas referentes à cassação de gestores públicos, desde o ano 2000, quando entrou em vigor a lei 9840, de iniciativa popular, que agilizou a atuação da Justiça Eleitoral. Desde então, 623 políticos já foram cassados no Brasil, com base na nova lei. Somente na Bahia, foram 54 cassações.
A maioria dos que perderam o mandato é formada por prefeitos e vice-prefeitos (508), seguidos de 84 vereadores, e até dois governadores e seus vices, em Roraima e na Paraíba, sofreram também a perda dos cargos, por compra de votos ou atitudes afins.
Sabendo agora que isso é possível, precisamos nos mobilizar. Montar um Comitê Local de Combate à Corrupção Eleitoral é muito simples, não há burocracia nenhuma e o Comitê Nacional oferece total suporte, incluindo materiais gráficos excelentes para a fiscalização e instrução aos eleitores. Acessando o site www.mcce.org.br, qualquer pessoa interessada obterá informações completas sobre o movimento e um passo-a-passo detalhado para iniciar o trabalho em sua comunidade.
Não são muitas as pessoas que compreendem a importância desse trabalho, mas para se ter uma ideia, a Associação Brasileira de Magistrados, Procuradores e Promotores é uma das entidades que dão sustentação ao movimento, de forma que aquela história do “não vai dar em nada” está começando a mudar. Por isso, é importante que se faça uma convocação geral à sociedade civil, nesta região, no sentido de criar comitês locais capazes de espantar candidatos oportunistas e, quem sabe até, impugnar candidaturas ou cassar mandatos conquistados de forma pouco legítima.
Por: José Avelange
http://www.calilanoticias.com/2011/09/convocacao-geral-contra-a-corrupcao-eleitoral-jose-avelange.html
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